No feriado de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o Palmeiras sagrou-se campeão paulista de futebol feminino ao derrotar o Corinthians nos pênaltis, após vencer por 2x1 no tempo regulamentar, em um jogo marcado por muitos erros das Brabas, uma arbitragem polêmica e um calor avassalador em Campinas. O duelo aconteceu no estádio Brinco de Ouro da Princesa, que, apesar de ser palco da decisão, recebeu um público reduzido devido à política de torcida única.
Depois de perder o primeiro jogo por 1x0 diante de mais de 36 mil torcedores na Neo Química Arena, o Palmeiras precisava reverter o placar e aproveitou o nervosismo e os erros das corinthianas para abrir 2x0 no primeiro tempo, com um futebol mais organizado e eficiente. O Corinthians, por sua vez, parecia perdido, acumulando falhas em todas as áreas do campo. O gol que manteve as Brabas vivas veio logo no início da segunda etapa, com Yaya aproveitando um cruzamento de Yasmim e diminuindo a diferença.
Primeiro tempo: domínio do Palmeiras e caos corinthiano
O início do jogo mostrou um Palmeiras agressivo e focado, enquanto o Corinthians mal conseguia passar do meio-campo. O primeiro gol veio aos 12 minutos, após um erro na saída de bola que deixou a defesa corinthiana exposta. As palmeirenses aproveitaram a fragilidade defensiva e ampliaram aos 42 minutos, em uma cobrança de falta que resultou em uma confusão dentro da área. Lelê, apesar de boas defesas, não conseguiu evitar o placar adverso, muito por conta das falhas de marcação e posicionamento de sua linha defensiva.
As Brabas, acostumadas a grandes finais, não mostraram o futebol aguerrido de costume. O time parecia desinteressado, cometendo erros básicos de passe e posicionamento. Ju Ferreira, sobrecarregada no meio, não conseguiu conter as investidas adversárias, enquanto Gabi Zanotti e Vic Albuquerque ficaram completamente apagadas. A arbitragem, por sua vez, contribuiu para a tensão do jogo, inventando faltas e paralisando lances duvidosos.
Segundo tempo: um lampejo de reação e muitos erros
Com a entrada de Yaya no intervalo, o Corinthians começou o segundo tempo buscando um gol que
reacendesse as esperanças. Logo aos 47 minutos, Yaya cabeceou com precisão após cruzamento de Yasmim, diminuindo a vantagem palmeirense. Apesar disso, o time não conseguiu manter o ritmo e voltou a errar passes simples, limitando suas chances de buscar o empate.
O calor intenso prejudicou o rendimento de ambas as equipes, mas o Palmeiras soube administrar melhor a vantagem, enquanto o Corinthians continuou pecando na construção das jogadas. Nos minutos finais, as Brabas tentaram pressionar, mas esbarraram em suas próprias limitações e em uma defesa adversária bem postada.
Avaliação Individual das Atletas
12 Lelê: Mostrou segurança em momentos cruciais, realizando boas defesas, mas falhou em saídas de
bola que quase comprometeram o time. A lesão no segundo tempo pareceu limitar sua movimentação, embora tenha mantido o rendimento defensivo.
21 Paulinha: Desempenho muito abaixo da média, com dificuldades na marcação e excessivos erros de passe. Saiu aos 90 minutos sem conseguir contribuir efetivamente nem na defesa nem no ataque.
16 Dani Arias: Alternou bons desarmes com erros de posicionamento e cobertura. Sua tentativa de cobrir a Mariza, fora de sua zona habitual, comprometeu algumas jogadas defensivas importantes.
20 Mariza: Teve bons momentos nos desarmes, mas foi agressiva demais, saindo da linha defensiva para buscar atacantes, o que expôs a zaga. Sua parceria com Dani Arias não foi eficiente.
71 Yasmim: Com dificuldades para marcar e errando no posicionamento defensivo, Yasmim deixou espaços para as adversárias. No ataque, conseguiu um cruzamento certeiro para o gol de Yaya, mas teve poucos momentos positivos além disso.
28 Ju Ferreira: No primeiro tempo, esteve perdida em campo, sobrecarregada na marcação. No segundo, cresceu defensivamente e conseguiu bons momentos, mas faltou consistência para ajudar na transição ao ataque.
27 Duda Sampaio: Apática e distante das jogadas, pouco contribuiu tanto na marcação quanto na criação. Ainda perdeu um dos pênaltis de forma muito ruim, selando uma atuação abaixo do esperado.
17 Vic Albuquerque: Uma atuação para esquecer. Errou passes básicos e comprometeu jogadas ofensivas. Foi substituída aos 77 minutos sem deixar qualquer contribuição significativa.
18 Gabi Portilho: Lutou muito, mas recebeu poucas bolas em condições de finalizar. Saiu lesionada aos 58 minutos, limitando sua atuação.
14 Millene: Teve uma atuação esforçada, mas com decisões ruins na maioria das jogadas. No pênalti, bateu mal e contribuiu para o fracasso da equipe na disputa.
10 Gabi Zanotti: Tentou buscar a bola no meio-campo e organizar o time, mas sem sucesso. Foi substituída no intervalo, pois não conseguiu encontrar espaço para criar jogadas.
Reservas
8 Yaya: Entrou no intervalo e marcou um gol em seu primeiro toque na bola, dando esperança ao time. Foi combativa na marcação e tentou ajudar no ataque, mas sua contribuição diminuiu com o passar do tempo.
77 Carol Nogueira: Entrou aos 58 minutos, mostrou velocidade nos primeiros momentos e ainda salvou um gol importante na defesa. Contudo, perdeu um pênalti decisivo e teve poucas oportunidades no ataque.
11 Eudmilla: Entrou aos 77 minutos, mas foi ineficaz tanto na criação quanto na finalização. Ainda perdeu seu pênalti na disputa final.
2 Letícia Santos: Entrou aos 90 minutos e praticamente não apareceu no jogo. Sua participação foi discreta e sem impacto positivo.
Pênaltis: um desfecho desastroso para o Corinthians
A decisão nos pênaltis foi um reflexo da noite desastrosa do Corinthians. Duda Sampaio, Eudmilla,
Millene e Carol Nogueira desperdiçaram suas cobranças, com defesas da goleira Tapia e chutes na trave. Do outro lado, o Palmeiras converteu duas penalidades e garantiu o título com um 2x0 nas cobranças. O Corinthians, pela primeira vez em muito tempo, saiu de campo sem marcar um único gol nos pênaltis.
Conclusão: um título merecido para o Palmeiras e lições amargas para as Brabas
O Palmeiras foi mais consistente nos 180 minutos e mereceu o título, enquanto o Corinthians termina a temporada estadual com mais perguntas do que respostas. Erros recorrentes, falta de intensidade e um sistema tático confuso foram determinantes para o resultado final.
Para as Brabas, a derrota serve como um chamado para reflexão e reformulação, com o ano de 2025 no horizonte e uma torcida que não aceita nada menos do que entrega e excelência.
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